quinta-feira, 22 de julho de 2010

Almoço de comemoração

Chegada!

Jantar de massas antes da maratona

Buscando o kit da maratona

Nem tudo são flores

Aviso aos que querem se aventurar pelo mundo das maratonas: o pós-corrida não é nada fácil. No dia seguinte, as dores no corpo são muito fortes, é difícil descer degraus e, no meu caso, meu pé esquerdo ficou inchado e super dolorido. Até aí, tudo dentro do esperado. O problema mesmo é a baixa no sistema imunológico. A resistência cai e ficamos muito suscetíveis às infecções. No meu caso, o rotavírus me pegou de jeito. Desde ontem estou de cama, passando muito mal, fraca, sem conseguir me alimentar. Com essa eu não contava. Dureza...  

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sou uma MARATONISTA

E deu tudo certo! O domingo tinha condições perfeitas para se correr uma maratona. Apesar da chuva da véspera, que nos deixou tensos, com medo do frio e do tênis encharcado, o dia da prova amanheceu nublado, sem chuva e com um vento fresco. O que mais um corredor poderia desejar para percorrer os 42,195 km? Os primeiros 10 km foram praticamente um aquecimento e passaram rápido. A partir do km 15 comecei a criar argumentos para me motivar. Então, pensava "já deixei todas as minhas provas de 10 km pra trás", depois, "deixei todas as São Silvestre", "as meias-maratonas" e por aí em diante. A tão falada barreira dos 30 km realmente existe. O cansaço bate muito forte e é impossível não cair em rendimento. Mas eu tive uma arma secreta para superar este obstáculo: Leo, meu marido, me encontrou no km 31 para seguirmos juntos até o fim. Estava tão cansada que não conseguia falar, mas pedi para que ele me contasse casos, para desviar minha atenção das dificuldades da prova. Ele me incentivava, dizia para eu não desistir e isso foi fundamental. É que como ficamos mais lentos no fim da prova, os quilômetros demoram mais para passar - lógico! Só que durante a corrida essa é uma sensação horrível. Parece que aquilo nunca vai ter fim... Mas tem! Quando vi a placa de 41 km já comecei a sentir a alegria da vitória. Quando passei os 42 e vi a chegada menos de 200m a minha frente tive vontade de acelerar. Tirei forças de não sei onde e acelerei. Estava concentradíssima, ouvia os gritos da torcida que assistia à chegada, olhei para o lado e vi minha família e amigos, mas acho que não tive forças nem para um sorriso. Cruzei a linha em 4h02min33seg. Que emoção! Queria chorar, mas não tinha forças. O corpo inteiro doía muito, do pescoço à pontinha do pé. Mas valeu a pena. A sensação de vencer um desafio desses é indescritível. Principalmente quando se tem na torcida pessoas tão amadas, queridas, amigas. Foi um dia inesquecível.

sábado, 10 de julho de 2010

Agora é jogar pro universo

Hoje fiz o último treino longo da maratona. Foram nove sábados levantando às 5h30 para correr muito. O corpo está cheio de dores - sinto que não aguentaria muito mais -, mas nem bem acabou e já começo a sentir saudades. A preparação é dura, cansativa, mas ao mesmo tempo, motivante, desafiadora. E arrisco a dizer que levo mais do que um super preparo físico desse treinamento. É que faço parte do grupo de pessoas que acreditam que do esporte podemos tirar lições para a vida. Dos treinos para a maratona, levo muito mais. Antes de tudo, foi um ótimo exercício para o controle da minha ansiedade. Não que tenha me tornado zen, mas aprendi que é preciso uma corrida após a outra para estar preparada. E para tudo, é preciso um passo de cada vez. Também posso dizer que saio dessa fase pensando o quanto faz a diferença ter objetivos claros na vida, traçar o caminho para alcançá-los, ter disciplina e persistência para seguir em frente apesar das dificuldades. Isso vale tanto para a carreira, como para conquistar um sonho - uma grande viagem, um mestrado ou doutorado, comprar um ap., mudar de cidade ou país... Por fim, percebi que apesar de ter tudo planejado, é preciso deixar um espaço para o imprevisível. Sei que fiz o meu melhor para chegar no dia 18 pronta para vencer os 42 km. Mas também sei que pode ser que não dê certo. E se fizer muito calor ou chover demais? E se eu não acordar bem, tiver dor de cabeça, dor de barriga? Se qualquer coisa atrapalhar meu desempenho, ficarei muito chateada, claro. Só que terei a certeza de que fiz tudo o que podia. E isso é o mais importante. Para tudo mais, não é diferente. Há sempre algo que nos surpreende, que gostaríamos que fosse diferente. Esses tropeços balançam, mas não derrubam quem tem a certeza de que fez o seu melhor. Com esta leveza correrei os 42. Com este espírito entrarei nos 30.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Algumas palavras

O coração bate cada vez mais forte. A ansiedade é cada vez maior. Faltam 10 dias para os 30 anos. Faltam 13 dias para a maratona. Frio na barriga. Emoções fortes pela frente. Se tudo der certo, com muita alegria.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

32 km superados

O ápice do meu treinamento para a maratona ocorreu no último sábado, quando tive que percorrer 32 km. Fiquei bastante ansiosa para esse treino, tinha medo de sofrer demais para chegar até o fim. Mas para meu alívio, estava em um ótimo dia. Consegui manter um bom ritmo o tempo todo, estava confortável, corria com facilidade e, o melhor de tudo, mantive o controle psicológico. Concentrada na minha meta, não precisei de iPod ou de companhia, corri durante quase três horas pensando apenas no objetivo final. Completei o treino em 2h58min33, o que significa um ritmo de 5min34 por quilômetro. Depois, fiz  massagem com uma fisioterapeuta e ainda recebi os parabéns porque, segundo ela, minha musculatura está impecável. Finalmente acredito que serei capaz de completar os 42 km da maratona. O desafio agora é mais mental do que físico, afinal, depois de tantas semanas de treinos duros, bate um cansaço dessa rotina pesada. O importante é manter a motivação lá em cima para chegar 100% no grande dia. Quero fazer desse super treino apenas um apertivo do que acontecerá no Rio. Tomara!

Dica de corrida: Hoje vou falar sobre o treino ritmado. Este é o que mais aproxima o atleta das condições de uma competição, contribuindo muito para o condicionamento do corredor. Consiste em correr em um ritmo forte, acima do limiar anaeróbico, durante determinado tempo ou distância, seguido de período em ritmo leve. Essas séries são repetidas de acordo com os objetivos de cada um. Exemplo:  Aquec 15min trote / 4 x 5 min Ritmo c/ descanso de 2min trotando ou andando/ 10’ Trote. Os treinos de ritmo são ideais para adaptar o organismo a suportar intensidades muito próximas de competição. Por outro lado, é preciso muito cuidado para não exagerar, pois a intensidade alta demais pode render lesões. 

domingo, 27 de junho de 2010

Correndo e aprendendo

Quem pensa que treinar para uma maratona se resume a correr por horas e horas a fio está enganado. A preparação para os 42 km também é uma oportunidade e tanto para se aprender sobre fisiologia e nutrição. E a cada informação que recebo fico mais impressionada com o que nosso corpo é capaz. Por exemplo, você sabia que ao longo da maratona nosso organismo é todo ativado para o fornecimento de energia e recuperação muscular? Isso quer dizer que não é apenas a musculatura das pernas que é requisitada, mas até os músculos do pescoço, das costas, enfim, do corpo inteiro são ativados para gerar energia durante esse esforço. Por isso, ao final da prova dói tudo, da cabeça à ponta do pé. Por outro lado, durante a corrida o organismo já toma providências para combater as inflamações que surgem ao longo do esforço, o que pode fazer com que um maratonista cruze a linha de chegada com uma lesão muscular praticamente curada. Incrível, não?! Outro ponto interessante que aprendi recentemente é que o temido ácido láctico é metabolizado, gerando o lactato. E o lactato funciona como mais uma fonte de energia na atividade física de longa duração. Por isso, durante a maratona passamos por vários ciclos de cansaço e recuperação, altos e baixos de performance, o que reforça o fato de essa ser uma prova individual. O que quero dizer é que tentar percorrer os 42 km acompanhado de um colega maratonista pode ser prejudicial para os dois, já que cada passará pelos ciclos de recuperação em momentos diferentes. Bacana, não é?!

domingo, 13 de junho de 2010

Drops

Este post não tem um tema, só alguns comentários avulsos. Primeiro de tudo, é muito bom saber que o blog tem leitores, sim, e que eles vão até além do círculo que imaginava. Bacana! Outro comentário indispensável hoje: que frio é este?! Está muito gelado desde terça-feira da semana passada. Corri ontem debaixo de uma chuva fina, mas persistente, acompanhada de um vento forte que piorava a sensação térmica dos 11º na USP. O treino foi de 22 km com muuuuitas subidas. Foi bom, sem sofrimento, mas as perninhas... Ui, não consigo descer escadas hoje não. E olha que fiz uma sessão de massagem e alongamento no sábado à tarde. Amanhã tenho acupuntura. Estou investindo para tentar chegar na maratona sem nenhuma lesão mais séria. Tomara que dê certo. Por fim, tenho que dizer que, hoje, a proximidade dos 30 bateu forte. Na terça-feira, faltará exatamente um mês. Não quero ser repetitiva, mas não canso de me perguntar como uma menina como eu pode ter essa idade?! Alguma dica?
Era isso por hoje. Espero que esta semana seja bem mais leve e divertida que a passada (foi osso duro de roer). A ver.

Dica de corrida: Existem basicamente quatro tipos de treino de corrida: ritmo, tiro, fartlek e rodagem. Isso sem contar os exercícios educativos. O corredor que deseja ganhar resistência e velocidade deve, obrigatoriamente, seguir um treinamento planejado que inclua essas variações. Vou começar falando dos treinos de tiro - não muito queridos pelos atletas. Tiro é sofrimento mesmo. Depois do aquecimento, devemos percorrer uma distância pré-determinada a um ritmo muito forte, que fique entre 80% a 90% da frequência cardíaca máxima. As distâncias costumam ser curtas, até 1,5 km, e entre cada série se faz um intervalo também curto, de 1 a 2 minutos. O número de séries varia de acordo com o objetivo e o condicionamento do corredor. Os treinadores dizem que tiro bom mesmo é o que faz o atleta chegar nauseado ao final da série. Dureza. Mas é este treino que confere velocidade ao corredor, além de contribuir para se melhorar a postura e a passada. Ou seja, depois que acaba, a gente se convence de que vale o sacrifício.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dica de corrida

Apesar de ninguém ter cobrado (será que tem alguém lendo isso aqui???), promessa é dívida. Então, lá vai a dica de corrida. Seguindo a sugestão de meu companheiro de treinos, também maratonista de primeira viagem, André Alain, este post é sobre a importância de se respeitar o ritmo de corrida. É fato, logo que começamos a nos sentir mais condicionados, parece que as pernas se soltam, a corrida fica mais confortável e a tendência é acelerarmos. O problema é quando ainda não estamos preparados para manter esse passo mais veloz durante todo o percurso. Nesse caso, "quebramos", como se diz no jargão dos corredores. Quebrar é quando não temos condições de manter o ritmo desejado, o corpo nos obriga a desacelerar ou, até mesmo, a caminhar. Para evitar que isso aconteça, os treinadores nos recomendam a "negativar" (mais um jargão), que significa começar mais leve e tentar aumentar a passada gradativamente. Parece simples, mas na prática essa disciplina para se manter um ritmo e aumentá-lo aos poucos é difícil. A tendência é nos sentirmos bem logo que o corpo se aquece e, mesmo sem querer, corremos mais rapidamente. Daí também a importância de se ter um relógio com medidor de frequência cardíaca ou, para os mais sofisticados, um relógio com GPS. As referências de tempo e batimentos cardíacos são aliadas importantes para segurarmos o passo. Descubra seu ritmo e vá com calma. Você com certeza será mais rápido assim.

sábado, 5 de junho de 2010

No fim, deu certo

Então, o problema do carro era mesmo o álcool. O tanquinho de gasolina para a partida estava vazio e, com o frio, ele não conseguia pegar. Viagem no tempo, me senti nos anos 80, quando o motorista descia primeiro para a garagem para esquentar o carro. Enfim, problema resolvido às 8h da matina, mas eu já estava desanimada, tinha perdido o pique. Para minha surpresa, o Leo insistiu para que eu fosse. Com esse incentivo e a estiagem, não tive desculpa, comecei meu longão na USP às 8h30. Foi difícil, já estava ficando com fome, as pernas estão cada vez mais pesadas e estava sozinha. De quebra, ainda fiquei com uma unha roxa, tudo indica que ela vai cair... Eca! Enfim, o lado bom é que conversei com outros maratonistas depois e eles me disseram que isso é normal, que ficamos muito cansados mesmo, chegando a duvidar se conseguiremos completar os 42. De novo, o Leo me lembrou que estou correndo mais que uma meia maratona todo sábado, sem falar nos treinos do meio de semana. Bom, espero chegar lá. E este post é em homenagem ao meu maridão, que mais uma vez está sendo um super companheiro para as minhas maluquices.

A dica de corrida fica pra depois (prometo!) porque tenho que tomar um banho urgente! :-)

Que frustração

Sábado, 7h38 da manhã. O que estou fazendo escrevendo a essa hora? Bom, levantei às 5h30, como em todos os sábados, olhei pela janela e vi a chuva... Apesar dela, decidi que iria para o treino, afinal, não poderia perder os 26 km de hoje. Fiz toda a preparação, tomei whey protein, comi pão com mel, fiz o curativo na bolha, me empacotei toda, fiz uma mochila gigante, com toalha, roupa seca para depois da chuva, gel de carboidrato... Tudo pronto, entro no carro, viro a chave... E nada. Fiquei 15 minutos tentando dar partida, mas o motor não pegou. Provavelmente, culpa do álcool a R$ 1,19 que coloquei ontem (no posto de sempre, que fique registrado). Mas não importa. O fato é que agora estou aqui no sofá enquanto o Leo acompanha o mecânico da Porto Seguro. Podem imaginar a frustração?

domingo, 30 de maio de 2010

Preguicinha boa

Adoro esta preguiça do domingo de manhã. Ficar na cama de bobeira, tomar café da manhã gordinho, correr de levinho mais tarde. Depois vou à feira comprar frutas, verduras, e aproveito para levar o Zucker, que adora aquela confusão de gente e outros cachorrinhos. Sou daquele tipo de pessoa que acha que sempre se deve estar fazendo alguma coisa útil quando não se está dormindo. Menos no domingo de manhã. Aí, aperto o "pause" e curto essa moleza gostosa de quem não quer saber de horários ou compromissos. Por falar nisso, faltam apenas seis domingos para a maratona. O sétimo já será o grande dia. Frio na barriga!

Dica de corrida: Quer correr no domingão para queimar as calorias do fim de semana? Cuidado apenas com o horário, pois o ar pode estar seco demais ou o sol muito forte. Fazer exercícios nessas condições não vai te fazer bem algum. Então, se não conseguiu mesmo sair de casa mais cedo, deixe para correr de tardinha, quando o clima costuma estar mais ameno.

domingo, 23 de maio de 2010

Tá ficando bom!

Estou a cada dia mais empolgada com os treinos! Percorrer os 24 km de ontem já foi mais tranquilo do que os 22 do sábado anterior. Sinal de que o treinamento está surtindo efeito. Nos próximos dois meses meu foco será mesmo a maratona. Quanto mais eu corro, mais penso nos treinos, falo sobre os treinos, me planejo em função dos treinos. Não tem problema, não vou virar uma maníaca das corridas, é só uma fase que tem data pra terminar. Por isso mesmo, esta é a hora de curtir ao máximo este momento. Ai, dá um frio na barriga só de imaginar a largada...

Dica de corrida: Anda com preguiça de correr, especialmente neste friozinho? Arrume um bom motivo para continuar: increva-se numa prova, estabeleça como meta uma distância que nunca percorreu ou um tempo abaixo do seu normal. Outra dica é variar o percurso, conhecer novos trajetos, mudar o terreno. Tudo isso ajuda a quebrar a monotonia e dá ânimo para seguir em frente. É isso aí, motivação!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Não é mole não

O frio chegou. E por mais que não goste daquela propaganda da Brahma, devo admitir que pra ser atleta, é preciso ser guerreiro. Levantar às 5h30 da matina, num frio de uns 10º, pra ficar correndo num Ibirapuera mais gelado ainda não é brincadeira não. Só que a oito semanas da maratona não há outra opção, só me resta treinar. E muito. Aliás, descobri que a grande dificuldade da preparação para a maratona não são os longões do sábado, em que percorremos de 18 a 32 quilômetros. O mais desgastante é correr tudo isso e no dia seguinte fazer um regenerativo, dois dias depois ter um treino de intensidade e ainda mais um na semana para, então, fazer o próximo longo. Ou seja, difícil mesmo é suportar durante 10 semanas esse volume todo, que é o grande responsável por preparar a musculatura e as articulações para surportar 42 km de uma tacada só. Também, ninguém disse que seria fácil.

Dica de corrida: A corrida pede exercícios complementares para fortalecimento muscular, em outras palavras, é muito bom correr no parque, mas não dá pra fugir da sala de musculação. Converse com o instrutor da academia, explique seus objetivos na corrida, para que ele elabore o treino adequado. Suas articulações agradecem. Sem falar que um corpinho malhado é sempre bem-vindo, né? 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

De grão em grão

Uma das lições que espero aprender me preparando para a maratona é viver um dia de cada vez. É que hoje vivo por metas e não é só no trabalho, não. Funciono assim: vou viajar no carnaval, então, ligo o piloto automático, cumpro minhas obrigações sem me preocupar muito se estou bem ou não, mas sempre esperando aquele momento em que serei feliz. Aí, esses dias também se vão como num piscar de olhos, mal vejo o tempo passar e, quando me dou conta, já acabou. Depois, vem a nostalgia e a incredulidade, mas que logo se transformam em uma nova meta, deixe-me ver... O aniversário de casamento no feriado de 21 de abril! E o ciclo se reinicia. Todo mundo diz que não é assim que se deve fazer, que isso só gera angústia e ansiedade. Todo mundo diz isso, mas para onde olho só encontro gente com bruxismo, coluna travada, gastrite, enxaqueca, enfim, os males que acometem as pessoas da minha idade.
E o que é que a maratona tem a ver com isso? É que nunca conseguirei completar os 42 Km sem passar pelos treinos de 18, 22, 25, 28, 32... E cada um deles exigirá preparação, concentração, força de vontade. Não dá pra simplesmente impor a meta da maratona e seguir feito um robô rumo a esse dia. Vou ter que dar atenção a cada etapa ou a prova em si será um fiasco... E desconfio que em tudo mais na vida seja mais ou menos assim também.

Dica de corrida: Aqui em São Paulo já está fazendo frio. E se onde você está também, fique atento à proteção correta. Se for correr na rua, agasalhe-se bem, nem que seja para ir tirando as peças aos poucos. Preocupe-se com as extremidades do corpo, onde a circulação sanguínea fica prejudicada com a corrida em baixas temperaturas. Luvas e gorro são muito importantes. E, claro, dê ainda mais atenção ao aquecimento antes de acelerar o passo. Ah, outra dica importante é deixar uma toalha e uma camiseta sequinha no carro para se trocar antes da volta pra casa. No mais, desejo coragem pra nós!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Astral infernal

Do jeito que as coisas andam, estou achando que o inferno astral se estende mais um pouco a cada década vivida. Para mim, essa seria a única explicação possível para as últimas semanas. Resolvi, então, recorrer ao grande oráculo Google para saber quais explicações para esta fase ele me apresentaria. Terceiro na lista de links, o site Astrológica me trouxe um texto que caiu como uma luva para o que estou sentindo.
"(...) Pois bem, repararam que estamos falando de um período que precede um começo? Ora, o aniversário não é um começo? O aniversário é uma repetição do ciclo do Sol, que chega exatamente ao ponto em que estava no momento em que nascemos. (...) Se o inferno astral precede o reinício do ciclo solar, isso quer dizer que ele é o final de um ciclo, concordam? Muito bem, reparem, e isso é comum na tradição astrológica, como todos os finais de ciclos são desgastantes, às vezes tristes, outras vezes cheios de ansiedade.(...) São finais e, ao mesmo tempo, fases preparatórias para o recomeço. Toda fase preparatória é difícil, pois estamos aprendendo a lidar com coisas ainda latentes que vão-se apresentando à nossa consciência para serem trabalhadas e operacionalizadas."
Então, 'bora curtir a fossa, que depois dessas palavras me sinto até no direito de me afogar numa panela de brigadeiro. Hummm...

Dica de corrida: Vai queimar as calorias do brigadeiro fazendo aquele longão? Nesse caso é ainda mais importante ter atenção ao tênis escolhido. Marcas conhecidas no Brasil como Asics e Mizuno fazem ótimos modelos, mas não são as únicas boas opções do mercado. Brooks e Saucony são marcas prestigiadas pelos corredores americanos, mas ainda pouco conhecidas por aqui. É que elas fabricam apenas tênis para corrida e investem muito mais no marketing direto, do que em propaganda. Experimentei um modelo do Saucony no ano passado e fiquei muito satisfeita, tanto que ao escolher o meu par para a maratona optei pela mesma fabricante, mas com upgrade no modelo. Comprei um Saucony Hurricane, próprio para pronadores como eu, e estou achando sensacional. Confortável, estruturado e macio, mas sem exageros. Com tantas opções no mercado, vale a pena experimentar.

sábado, 1 de maio de 2010

Bons companheiros

Há quem diga que a corrida é um esporte solitário. E é mesmo, para quem prefere assim. Também comecei correndo sozinha, mas me adaptei muito bem quando aderi a uma assessoria esportiva. Correr com um grupo não significa ter alguém do seu lado o tempo todo, nem ter que seguir o ritmo de outras pessoas. Você decide se quer companhia, se quer disparar à frente dos outros ou se prefere ficar na sua atrás. Mas além do acompanhamento profissional, que considero importantíssimo quando começamos a participar de provas de meia distância, o bacana é o quanto esses grupos são ecléticos. Há gente de todas as idades, profissiões, condições financeiras. Pessoas que jamais conheceria se não nos encontrássemos no esporte. Nos treinos de terça e quinta, por exemplo, costumo correr no mesmo ritmo que um profissional da área administrativa, que vai sempre aos Estados Unidos a trabalho, e uma empregada doméstica, com dois filhos pré-adolescentes, que pega o ônibus às 5h da manhã para chegar ao Ibirapuera a tempo. Conversamos sobre tudo, mas a nossa amizade é movida à emoção do esporte, à empolgação, à superação. Vibramos juntos e, naquele momento, só aquilo importa. Esquecemos das outras atividades que definem nossos lugares na vida social. Ali, somos apenas atletas.

Dica de corrida: Por falar em companhia, nunca se esqueça de seu companheiro de todas as horas de corrida, o tênis. A escolha do melhor modelo para você é fundamental para proteger a musculatura e as articulações, evitando lesões. Primeiro, é importante você conhecer seu tipo de pisada - neutra, pronada ou supinada. Algumas lojas de esportes, como a Centauro e a Velocità, têm equipamentos próprios para a avaliação da pisada. Peça para fazer o teste. A partir daí, pergunte ao vendedor quais os modelos indicados para seus objetivos  (se você corre percursos de até 10 Km, pode optar por modelos mais leves, mas menos resistentes; se percorre volumes maiores, precisará de um modelo mais estruturado). Outra dica importante é ter dois pares de tênis. É que o amortecedor do calçado precisa de tempo para voltar a seu formato original. Então, o ideal é alternar os pares a cada treino. E lembre-se, mesmo que seus companheiros ainda estejam com cara de novinhos, eles podem já estar velhos para o esporte. Siga as orientações do fabricante quanto à durabilidade do sistema de amortecimento. Deixe esse tênis apenas para a academia e compre um novinho em folha para voar baixo.

domingo, 25 de abril de 2010

Pausa

O que fazer quando falta inspiração? Todo mundo tem esses momentos, em que não vemos muita graça no trabalho, nas horas livres, nem mesmo na corrida... Acontece. E passa. Mas enquanto isso, não consigo pensar em nada interessante para escrever. Este post é apenas para registrar que este não é um abandono do blog, apenas uma pausa para manutenção.

Dica de corrida: Anda enjoado da corrida? Uma hora ou outra acontece com todo mundo. Aproveite para experimentar outras atividades, ande de bike, faça uma aula diferente na academia, tipo circuito ou dança, teste aqueles aparelhos malucos, como cross-over e transport. Uma semananinha de pausa é o suficiente para você recuperar o ânimo, sem perder o condicionamento para o esporte. Quando voltar, procure novos percursos, busque novos locais para correr e coloque novas músicas no iPod. Assim você se sentirá com as baterias recarregadas para correr muito! 

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ultrapassando limites

Pouca gente entende o que pode haver de bom em acordar tão cedo para fazer o coração disparar, suar, ficar ofegante, com as pernas doloridas, às vezes, até um pouco nauseado por tanto esforço. Pouco gente entende o que faz um amador correr mesmo que sinta dor, mesmo que saiba que vai passar o resto do dia mancando, que terá que tomar um anti-inflamatório no dia seguinte. Mesmo já vislumbrando as inevitáveis sessões de físioterapia no fim da temporada.O que leva alguém que não vive do esporte passar por tudo isso por livre e espontânea vontade? Só quem sabe o que é a sensação de superar seus próprios limites entende. Descobrir a cada passada que você é capaz de fazer mais, de ir além. Conhecer o seu corpo, seu potencial, sua força... E torná-lo ainda mais forte, mais resistente, mais veloz. E a satisfação do final, de cruzar a linha de chegada e olhar o relógio, ter certeza de que você mais uma vez se superou e que esta conquista é sua, apenas sua. Só depende da sua determinação. Esta sensação faz tudo valer a pena. E a cada desafio superado no esporte, nos tornamos mais forter também para a vida.

Dica de corrida: Mesmo que você corra apenas para queimar calorias, busque orientação para a prática do esporte. Se acha que ainda é cedo para procurar uma assessoria esportiva, leia as revistas especializadas como a O2 e a Runner's World. Elas sempre trazem dicas e planilhas para diferentes níveis de corredores. Variar os estímulos durante os treinos, fazendos rodagens, intervalados, fartlek e tiros é muito importante para você melhorar seu desempenho cardiorespiratório e sua resistência muscular. Informe-se!

domingo, 18 de abril de 2010

Tá na hora, tá na hora

Os 20 são a idade do "Agora é a hora!". Quer viajar de mochilão pela Europa? Tranque a faculdade e vá, porque agora é a hora! Quer passar uma temporada estudando fora do País?
Peça demissão e vá, porque agora é a hora! Quer largar tudo e tentar uma outra profissão? Faça outro vestibular, porque... Você já sabe. Já os 30 são a idade do "já era hora". Decidiu sair da casa dos pais? Finalmente, já era hora! Conseguiu uma promoção? Também, depois de 10 anos de formado, já era hora! Conseguiu juntar um dinheirinho para a entrada de um apartamento? Já era mesmo hora de sair do aluguel! Não está pensando em filhos ainda... Olha que já está na hora...! Não vou ficar me lamentando aqui, é apenas uma constatação. É uma nova fase e, é fato (!), é mais ou menos assim que ela funciona. Bom, pelo menos ainda não são os 40 - idade do "já passou da hora!". Hehehe... Outra constatação: tudo pode piorar!

Dica de corrida: É hora de retomar os treinos depois de uma semaninha light em exercícios e gorda na comida. Cuidado com as compensações. Passar fome para correr atrás do prejuízo não vai te levar a lugar algum. No primeiro dia, mantenha a alimentação pré-exercício como a usual e retire o carboidrato das demais refeições, no segundo dia, retire apenas o carboidrato da noite, no terceiro, já volte ao normal. Acredite, o equilíbrio é a chave de tudo!  

Quebra na rotina

Gosto de rotina. Quase sempre, sigo a minha à risca. De segunda a sexta, acordo cedo, me alimento bem, faço academia ou corrida, vou pro trabalho, volto pra casa pra ficar com o Leo e passear com o Zucker, nosso cachorrinho. Às sextas à noite fazemos compras. Sábado tem treino bem cedinho. E reservo o período entre o almoço de sábado e a noite de domingo para as surpresas. Essa disciplina é boa para a corrida e ótima para manter a forma, por outro lado, acaba sendo um pouco aborrecida. Mas a semana que passou foi completamente diferente, saímos de quarta a sábado (coisa rara!), com direito a jantar com meu pai, lanche com uma amiga de BH, festa de aniversário, e show do Placebo, uma banda inglesa que a gente adora. Foi muito legal, nem vimos a semana passar, demos muita risada, e pulamos muito com o rock n' roll de ontem. Mas já estamos com saudade do nosso dia-a-dia regrado. Que venha a segunda-feira!... Que é pro feriado da quarta chegar bem depressa ;-) Afinal, o melhor da festa é esperar por ela!  

Dica pra farra: Depois de uma semana dessas, não dá pra falar em dica de corrida, então, fica o toque para o esquenta antes de um show. Quer fazer um drink rápido e prático para a turma? Aqui em casa, fazemos uma caipivodka diferente: misturamos em uma jarra vodka, H2O (1 dose da primeira para duas a três da segunda) e suco de três limões. Jogamos uns limões cortados em gomos para ficar bonito. Servido com gelo, vira uma bebida refrescante que agrada quase todos. Só cuidado, porque desce fácil, podendo ter consequências no dia seguinte...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O temido elemento surpresa

Não sou uma pessoa medrosa. Pelo contrário, tenho o maior orgulho de me considerar arrojada, destemida. Mas uma coisa me amedronta muito: o inexorável. Aquilo que é impossível controlar e prever, mas que nos arremata sem deixar alternativas. Não me refiro a fatalidades - é claro que elas me apavoram -, falo daquilo que nos escapa e, quando menos esperamos, nos dá um golpe. A passagem do tempo, por exemplo, tem esse efeito em mim. Ele escorre como areia entre os dedos, rapidamente, e quando me dou conta, vem o susto, seguido do medo de ter perdido aquilo que nem tive. Outro golpe terrível é ser traído pelo próprio inconsciente. Quem já passou por isso sabe do que estou falando. Cometer um ato falho, no jargão psicanalítico, e só depois perceber o que se fez é uma sensação terrível, de fazer perder o chão. Como é possível não termos pleno controle de nossa própria consciência? Será isso mesmo? Sim, e é implacável. Aos poucos tento me conformar com o fato de que nem sempre será possível seguir o script que escrevi pra mim. Afinal, que graça teria saber o fim dessa história? Mas que dá um frio na barriga, ah, isso dá!

Dica de corrida: Quer evitar surpresas no meio do seu treino? Cuidado com o que come na véspera. Excesso de fibras (biscoitos integrais, cereais, granola), por exemplo, podem causar um mal-estar gástrico e levar a uma parada não programada no banheiro. Molhos gordurosos ou laticínios demais podem ter o mesmo efeito. Na véspera do treino, escolha o carboidrato (mesmo à noite), acompanhado de molhos leves, à base de tomate, e porções moderadas de proteína e verduras.

domingo, 11 de abril de 2010

Recorde pessoal na meia!

Foi dada a largada! Corri hoje a Meia Maratona Corpore, em São Paulo, que marca o início da minha temporada de treinos para a maratona do Rio. Estava mais traquila do que no ano passado, quando esta prova era meu principal objetivo. Acho que a calma, somada a mais um ano de treinos e o clima excelente (16ºC na largada, sem chuva), permitiram que eu fizesse meu melhor tempo nessa distância, 1h48min48seg. Ou seja, corri em uma velocidade média de 5min10seg por quilômetro, o que é considerado muito bom para uma amadora. Isso me deixa animada para a grande corrida! O frio na barriga é inevitável (é difícil imaginar que irei percorrer o dobro do que fiz hoje!), mas estou mais confiante de que será possível. Também me fez pensar que fazer 30 anos pode não ser tão ruim assim... Pelo menos para o esporte. A faixa etária de 30 a 34 anos sempre tem tempos mais baixos do que a de 25 a 29. E estou comprovando isso na prática. Provavelmente há alguma explicação fisiológica, mas acredito que a experiência faça a diferença. Corridas longas exigem concentração, estratégia de prova e paciência. E não tem jeito, a gente só aprende com o tempo. Se eu conseguir levar isso pra minha vida, então, posso começar a pensar que fazer 30 não será tão ruim assim.
Ah, esqueci de mencionar que a dor na virilha continua. Corri graças ao anti-inflamatório. Esta semana só vou fazer bike pra ver se melhora.

Dica de corrida: Falta estímulo pra correr? Inscreva-se em uma prova. Vale tudo, 5 Km, 10 Km, mas experimente! Esses eventos tem um astral ótimo, as pessoas brincam, cantam, pregam durante o percurso, depois se parabenizam, um da força pro outro, é muito bacana. As mais tradicionais, como São Silvestre e Pampulha, são um verdadeiro carnaval, com gente de tudo quanto é lugar, pessoas fantasiadas, torcida nas ruas. Já as corridas de grifes, como Adidas e Track&Field, têm inscrições mais caras, mas kits que valem a pena, com camisetas bonitas e lanchinhos gostosos no fim. Recomendo! 

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Atenção, sentido!

A disciplina sempre foi um dos meus pontos fortes. E sua outra face, a obsessão, um dos meus pontos fracos. Ontem, levantei às 5h30, como de costume, para ir ao treino, vencendo o aconchego da cama quentinha em uma madrugada gelada. Isso é disciplina. Quando pus os pés pra fora do prédio percebi a chuva fina, que ameaçava piorar. Fui assim mesmo para o Parque do Ibirapuera. Minha obsessão resultou num treino leve embaixo da marquise, que por pouco não me rendeu um resfriado. Por essas e outras, sempre brinquei que se fosse homem, daria um ótimo soldado. Mas muitas vezes, queria mesmo era ter a alma livre de um artista, viver a vida inebriada como um boêmio. Eles parecem se divertir tão mais... Só que cada um tem a sua essência e isso não conseguimos mudar. E apesar de acordar cedo, comer certinho e correr longas distâncias soar como uma monotonia sem fim, acredito que esta também é uma forma de inspirar, para mim e para os que estão ao meu lado, sentimentos importantes, como a força de vontade e a determinação. Assim como o artista nos inspira quando expressa beleza e poesia. Enfim, cada um dá o que tem, não é mesmo?


Dica de corrida: Ainda sobre alimentação. Na primeira hora após qualquer atividade física, nosso corpo precisa de nutrientes para se recuperar do esforço, absorvendo rapidamente tudo o que ingerimos. Por isso, muito cuidado com o que você come! O ideal é aliar o carboidrato (pode ser uma fatia de pão ou duas de torrada ou meia xícara de cereal), proteína (peito de peru, whey protein) e vitaminas (fruta). Essa refeição na primeira hora pós-exercício é garantia de uma boa recuperação muscular.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mea culpa, meia culpa

A Páscoa deveria despertar um sentimento de renascimento, de recomeço. Mas desde ontem, tudo que encontro são pessoas com sentimento de culpa. E não é por ter pregado Jesus na cruz, não. É de tanto comer mesmo. Eu, por exemplo, acordei me sentindo 10 kg mais gorda e jurando não comer mais chocolate até o fim do ano (até parece!). Que a culpa é um dos pilares da conduta católica, nós estamos cansados de ouvir. Mas não é incrível como, apesar de sabermos isso, não conseguimos nos desvencilhar dela? Sentimos culpa por dormir um pouco mais, por não fazer nada ou por trabalhar demais, por não amarmos o suficiente ou por amarmos demais, culpa por estar longe ou culpa por não correr atrás dos sonhos. Sentimos culpa até de ser feliz! Algumas vezes já me peguei com medo de que alguma coisa ruim acontecesse, afinal, como a minha vida poderia estar tão boa assim?! Esse não é um sentimento positivo, a culpa freia, às vezes, paralisa. Não descobri como me livrar dela (ao menos de parte dela), mas desconfio que o segredo esteja na razão. Pense claramente, valeu a pena?! Sim?! Então pronto! O ovo da Kopenhagem feito de cacau vindo de Madagascar, valeu! Já o chocolate ao leite comprado no supermercado que fiz a bobagem de comer também, não. Assim, fico com meia culpa... O que já é um recomeço.


Dica de corrida: Não é papo de nutricionista, TEM que comer carboidrato antes de qualquer atividade aeróbica. Ele será o combustível para a queima da gordura. Uma fatia de pão com mel ou geleia já está na medida certa. Se sua atividade for mais intensa, como a minha, acrescente um copo de água de coco ou suco de uva integral.

domingo, 4 de abril de 2010

Parece, mas não é

O treino de hoje era pra ser leve, regenerativo. Mas foi degenerativo. A dor na virilha piorou e estou muito chateada. Já vi que não vai ser nada fácil chegar inteira até a maratona. Isso me faz pensar em porque as coisas sempre parecem tão difíceis pra mim. E por que parecem tão simples para outros? Tipo, "corro ultramaratonas e nunca tive uma lesão" ou "meu pai me deu um apartamento", e ainda "sabe que como de tudo e não engordo!". Nada disso acontece comigo... Uns vão dizer que é destino, outros carma, outros o acaso. Mas não é em misticismo que estou pensando, é em aparência. Será que tem gente que pensa que as coisas são simples pra mim? Projetamos nos outros nossos desejos, nossas expectativas e encontramos nessa imagem distorcida uma desculpa para nossos próprios fracassos. No fundo, acredito que a vida não é fácil pra ninguém. Mas cada um tem a sua maneira de lidar com as dificuldades. Confesso que gosto de uma boa briga, mas assim não tem moleza, é ou não é?!

Dica de corrida: Quer dar uma corridinha em São Paulo no domingão? Siga o percurso da ciclovia que vai do Parque do Ibirapuera até o Parque do Povo. É um barato correr por avenidas como a Faria Lima e a JK sem trânsito e rodeado por bikes. Recomendo!

sábado, 3 de abril de 2010

Para as noias, uma taça de Alta Vista

O tema deste post pede uma taça de Alta Vista Grande Reserva 2006 (alias, um dos melhores vinhos que conheci). Nesta pequena jornada, duas coisas têm me tirado o sono. No esporte, o medo das lesões. Venho de uma sequência de duas, uma na canela, outra na lombar. Hoje, sinto uma dorzinha na virilha que acendeu a luz de alerta. E seu eu me machucar antes do grande desafio? Faço musculação, ioga, procuro treinar sem exageros, mas não há muito mais que posso fazer, afinal, não tenho tempo, nem patrocínio para isso! Torçam para que essa dor não vá pra frente.
Minha outra preocupação é com a carreira. Acho frustante ter, hoje, a mesma função que tinha aos 25. Tudo bem que o "complemento" mudou de junior, para pleno, para sênior, mas o trabalho continua o mesmo. Só que, agora, com o peso dos 30. De jovem promessa, passo a ser apenas mais uma. Complicado isso. Me enche de noias (sem acento na nova regra, certo?!). E mudar é bem mais difícil do que a gente imagina. O funil fica cada vez mais estreito para tanta pressão, a gente começa a ver um monte de ótimos profissionais na mesma situação e começa a ter medo de que a nossa história não seja assim tão diferente das outras? Será que sou mesmo só mais uma?

Ah... Os 20 anos...

No dia em que fiz 20 anos estava em Vitória, minha cidade-natal. Um bom amigo dos meus pais, ao me dar os parabéns, me disse, "apreveite seus 20 anos; esta é uma idade linda". Uma frase simples, mas que me tocou profundamente. Eu também a achava linda e tinha uma sede imensa de vivê-la intensamente. Acho que fiz o que pude, encarei Barcelona sem ninguém amigo por perto, estudei bastante, vivi um ano e alguns meses inesquecíveis em Paris ao lado do meu amor, me casei, arrumei um emprego bacana que nos levou a Brasília e, depois, nos trouxe a São Paulo. Talvez por isso seja tão difícil dizer adeus aos 20... Fui muito feliz. Também por isso, quis fazer algo realmente desafiador para entrar na nova década. Há os que dizem que deveria ter um bebê. Mas um filho, agora, representaria justamente o que mais tenho medo nos 30: a raiz! Correr uma maratona é o contrário, conquistá-la representa a liberdade necessária para  quem ainda tem muito o que viver pela frente!

Início

Daqui a uma semana começo os treinos específicos para a minha primeira maratona. Vou encarar os 42 km que ligam o Recreio ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. A abertura dos treinos oficiais acontece em grande estilo: correndo a Meia-Maratona de São Paulo (esta não é novidade). Os treinos vão ser duros, exigirão muito esforço físico e uma disposição mental que só saberei se a tenho tentando. Eles também me acompanharão durante um período angustiante, a contagem regressiva rumo aos 30 anos - que serão completos apenas 3 dias antes da grande maratona. Convido vocês a embarcar comigo nessa jornada que promete desafios, medos, superação e, espero, conquistas. Topam?!