segunda-feira, 28 de junho de 2010

32 km superados

O ápice do meu treinamento para a maratona ocorreu no último sábado, quando tive que percorrer 32 km. Fiquei bastante ansiosa para esse treino, tinha medo de sofrer demais para chegar até o fim. Mas para meu alívio, estava em um ótimo dia. Consegui manter um bom ritmo o tempo todo, estava confortável, corria com facilidade e, o melhor de tudo, mantive o controle psicológico. Concentrada na minha meta, não precisei de iPod ou de companhia, corri durante quase três horas pensando apenas no objetivo final. Completei o treino em 2h58min33, o que significa um ritmo de 5min34 por quilômetro. Depois, fiz  massagem com uma fisioterapeuta e ainda recebi os parabéns porque, segundo ela, minha musculatura está impecável. Finalmente acredito que serei capaz de completar os 42 km da maratona. O desafio agora é mais mental do que físico, afinal, depois de tantas semanas de treinos duros, bate um cansaço dessa rotina pesada. O importante é manter a motivação lá em cima para chegar 100% no grande dia. Quero fazer desse super treino apenas um apertivo do que acontecerá no Rio. Tomara!

Dica de corrida: Hoje vou falar sobre o treino ritmado. Este é o que mais aproxima o atleta das condições de uma competição, contribuindo muito para o condicionamento do corredor. Consiste em correr em um ritmo forte, acima do limiar anaeróbico, durante determinado tempo ou distância, seguido de período em ritmo leve. Essas séries são repetidas de acordo com os objetivos de cada um. Exemplo:  Aquec 15min trote / 4 x 5 min Ritmo c/ descanso de 2min trotando ou andando/ 10’ Trote. Os treinos de ritmo são ideais para adaptar o organismo a suportar intensidades muito próximas de competição. Por outro lado, é preciso muito cuidado para não exagerar, pois a intensidade alta demais pode render lesões. 

domingo, 27 de junho de 2010

Correndo e aprendendo

Quem pensa que treinar para uma maratona se resume a correr por horas e horas a fio está enganado. A preparação para os 42 km também é uma oportunidade e tanto para se aprender sobre fisiologia e nutrição. E a cada informação que recebo fico mais impressionada com o que nosso corpo é capaz. Por exemplo, você sabia que ao longo da maratona nosso organismo é todo ativado para o fornecimento de energia e recuperação muscular? Isso quer dizer que não é apenas a musculatura das pernas que é requisitada, mas até os músculos do pescoço, das costas, enfim, do corpo inteiro são ativados para gerar energia durante esse esforço. Por isso, ao final da prova dói tudo, da cabeça à ponta do pé. Por outro lado, durante a corrida o organismo já toma providências para combater as inflamações que surgem ao longo do esforço, o que pode fazer com que um maratonista cruze a linha de chegada com uma lesão muscular praticamente curada. Incrível, não?! Outro ponto interessante que aprendi recentemente é que o temido ácido láctico é metabolizado, gerando o lactato. E o lactato funciona como mais uma fonte de energia na atividade física de longa duração. Por isso, durante a maratona passamos por vários ciclos de cansaço e recuperação, altos e baixos de performance, o que reforça o fato de essa ser uma prova individual. O que quero dizer é que tentar percorrer os 42 km acompanhado de um colega maratonista pode ser prejudicial para os dois, já que cada passará pelos ciclos de recuperação em momentos diferentes. Bacana, não é?!

domingo, 13 de junho de 2010

Drops

Este post não tem um tema, só alguns comentários avulsos. Primeiro de tudo, é muito bom saber que o blog tem leitores, sim, e que eles vão até além do círculo que imaginava. Bacana! Outro comentário indispensável hoje: que frio é este?! Está muito gelado desde terça-feira da semana passada. Corri ontem debaixo de uma chuva fina, mas persistente, acompanhada de um vento forte que piorava a sensação térmica dos 11º na USP. O treino foi de 22 km com muuuuitas subidas. Foi bom, sem sofrimento, mas as perninhas... Ui, não consigo descer escadas hoje não. E olha que fiz uma sessão de massagem e alongamento no sábado à tarde. Amanhã tenho acupuntura. Estou investindo para tentar chegar na maratona sem nenhuma lesão mais séria. Tomara que dê certo. Por fim, tenho que dizer que, hoje, a proximidade dos 30 bateu forte. Na terça-feira, faltará exatamente um mês. Não quero ser repetitiva, mas não canso de me perguntar como uma menina como eu pode ter essa idade?! Alguma dica?
Era isso por hoje. Espero que esta semana seja bem mais leve e divertida que a passada (foi osso duro de roer). A ver.

Dica de corrida: Existem basicamente quatro tipos de treino de corrida: ritmo, tiro, fartlek e rodagem. Isso sem contar os exercícios educativos. O corredor que deseja ganhar resistência e velocidade deve, obrigatoriamente, seguir um treinamento planejado que inclua essas variações. Vou começar falando dos treinos de tiro - não muito queridos pelos atletas. Tiro é sofrimento mesmo. Depois do aquecimento, devemos percorrer uma distância pré-determinada a um ritmo muito forte, que fique entre 80% a 90% da frequência cardíaca máxima. As distâncias costumam ser curtas, até 1,5 km, e entre cada série se faz um intervalo também curto, de 1 a 2 minutos. O número de séries varia de acordo com o objetivo e o condicionamento do corredor. Os treinadores dizem que tiro bom mesmo é o que faz o atleta chegar nauseado ao final da série. Dureza. Mas é este treino que confere velocidade ao corredor, além de contribuir para se melhorar a postura e a passada. Ou seja, depois que acaba, a gente se convence de que vale o sacrifício.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dica de corrida

Apesar de ninguém ter cobrado (será que tem alguém lendo isso aqui???), promessa é dívida. Então, lá vai a dica de corrida. Seguindo a sugestão de meu companheiro de treinos, também maratonista de primeira viagem, André Alain, este post é sobre a importância de se respeitar o ritmo de corrida. É fato, logo que começamos a nos sentir mais condicionados, parece que as pernas se soltam, a corrida fica mais confortável e a tendência é acelerarmos. O problema é quando ainda não estamos preparados para manter esse passo mais veloz durante todo o percurso. Nesse caso, "quebramos", como se diz no jargão dos corredores. Quebrar é quando não temos condições de manter o ritmo desejado, o corpo nos obriga a desacelerar ou, até mesmo, a caminhar. Para evitar que isso aconteça, os treinadores nos recomendam a "negativar" (mais um jargão), que significa começar mais leve e tentar aumentar a passada gradativamente. Parece simples, mas na prática essa disciplina para se manter um ritmo e aumentá-lo aos poucos é difícil. A tendência é nos sentirmos bem logo que o corpo se aquece e, mesmo sem querer, corremos mais rapidamente. Daí também a importância de se ter um relógio com medidor de frequência cardíaca ou, para os mais sofisticados, um relógio com GPS. As referências de tempo e batimentos cardíacos são aliadas importantes para segurarmos o passo. Descubra seu ritmo e vá com calma. Você com certeza será mais rápido assim.

sábado, 5 de junho de 2010

No fim, deu certo

Então, o problema do carro era mesmo o álcool. O tanquinho de gasolina para a partida estava vazio e, com o frio, ele não conseguia pegar. Viagem no tempo, me senti nos anos 80, quando o motorista descia primeiro para a garagem para esquentar o carro. Enfim, problema resolvido às 8h da matina, mas eu já estava desanimada, tinha perdido o pique. Para minha surpresa, o Leo insistiu para que eu fosse. Com esse incentivo e a estiagem, não tive desculpa, comecei meu longão na USP às 8h30. Foi difícil, já estava ficando com fome, as pernas estão cada vez mais pesadas e estava sozinha. De quebra, ainda fiquei com uma unha roxa, tudo indica que ela vai cair... Eca! Enfim, o lado bom é que conversei com outros maratonistas depois e eles me disseram que isso é normal, que ficamos muito cansados mesmo, chegando a duvidar se conseguiremos completar os 42. De novo, o Leo me lembrou que estou correndo mais que uma meia maratona todo sábado, sem falar nos treinos do meio de semana. Bom, espero chegar lá. E este post é em homenagem ao meu maridão, que mais uma vez está sendo um super companheiro para as minhas maluquices.

A dica de corrida fica pra depois (prometo!) porque tenho que tomar um banho urgente! :-)

Que frustração

Sábado, 7h38 da manhã. O que estou fazendo escrevendo a essa hora? Bom, levantei às 5h30, como em todos os sábados, olhei pela janela e vi a chuva... Apesar dela, decidi que iria para o treino, afinal, não poderia perder os 26 km de hoje. Fiz toda a preparação, tomei whey protein, comi pão com mel, fiz o curativo na bolha, me empacotei toda, fiz uma mochila gigante, com toalha, roupa seca para depois da chuva, gel de carboidrato... Tudo pronto, entro no carro, viro a chave... E nada. Fiquei 15 minutos tentando dar partida, mas o motor não pegou. Provavelmente, culpa do álcool a R$ 1,19 que coloquei ontem (no posto de sempre, que fique registrado). Mas não importa. O fato é que agora estou aqui no sofá enquanto o Leo acompanha o mecânico da Porto Seguro. Podem imaginar a frustração?